A Casca D’anta é uma das cachoeiras mais lindas da região da Serra da Canastra, um verdadeiro cartão postal do estado de Minas Gerais. Com uma queda de quase 200 metros de altura, a cachoeira é a primeira grande queda do Rio São Francisco, uma jóia da natureza que merece muito ser visitada.
Tive a oportunidade de conhecer esta queda d’água espetacular durante visita à Vargem Bonita-MG, cidade que fica a 22 quilômetros da cachoeira. Me hospedei por um final de semana e aproveitei a oportunidade para conhecer a Casca D’anta, o passeio durou uma manhã inteira.
Antes de começar a falar do meu planejamento, é importante explicar que existem duas opções para conhecer a Casca D’anta, a parte alta e a parte baixa. Para conhecer a parte alta, o acesso é feito pelo Portão 1 do Parque Nacional da Serra da Canastra, a trilha é de alto grau de dificuldade, com trechos bastante íngremes, sendo necessário separar um dia inteiro para aproveitar esta atividade.
Como eu não tinha todo este tempo, preferi conhecer a parte baixa da Casca D’anta, com acesso feito pelo portão 4 do Parque Nacional da Serra da Canastra, que fica mais próximo à Vargem Bonita. Da pousada, onde eu estava hospedado, até o portão 4 foram 23 quilômetros, com quase todo o trajeto em estrada de terra, gastei cerca de 45 minutos, mas acredite, vale todo o esforço.
NAVEGUE PELO POST
ToggleParte Baixa da Casca D’anta
Me hospedei na Pousada Canto do Rio em Vargem Bonita, uma pousada simples e muito agradável, que fica próxima à Igreja de São Francisco, aqui tem um review da minha hospedagem.
Como fui em um período de seca, optei por ir em meu próprio carro, que é mais baixo e não tem tração nas quatro rodas, consegui chegar sem nenhum problema. Se estiver em período de chuvas, somente veículos 4×4 são recomendados, dá pra comprar o passeio com agências locais e vale a pena.
Quase todo o trajeto é feito por estrada de chão, passando pelo distrito de São José do Barreiro, fui com Waze e deu tudo certo. O caminho é longo e oferece alguns mirantes, eu vi dois bastante interessantes, inclusive, um deles tem aqueles letreiros coloridos, as fotos ficam bem legais, já que fica emoldurada com o paredão da serra ao fundo.
Entrando no Parque Nacional da Serra da Canastra, há uma portaria onde é obrigatório se identificar para começar a trilha. Antes pagava-se uma taxa para poder entrar no parque nacional, mas atualmente (setembro/2024) o pagamento está suspenso. O funcionário do parque explica um pouco sobre as trilhas e dá algumas dicas.
Não é permitido entrar com o carro dentro do Parque Nacional, exceto pessoas com mobilidade reduzida, que podem solicitar acesso e estacionar mais à frente na trilha. Da portaria até a cachoeira, são 1500 metros, a trilha é de nível fácil, apesar de alguns pequenos trechos mais íngremes, uma caminhada de cerca de 20 minutos.
🏞️ Como chegar à Cachoeira da Chinela
Há duas opções para iniciar a trilha, tem a opção pela estrada, que é mais plana e não tem muito o que se ver, e tem a Trilha Saint-Hilaire, que vai margeando o Rio São Francisco e oferece paisagens lindas. A Trilha Saint-Hilaire é um pouco mais difícil, mas dá pra percorrer sem maiores dificuldades.
Na metade do caminho as trilhas se encontram e há pontos de descanso, área de pique niques e banheiros. Não há nenhuma lanchonete por lá, então leve água e um lanche leve em uma mochila, para não desidratar.
O caminho contempla ainda alguns pontos onde é possível se refrescar nas águas límpidas do Rio São Francisco, além de mirantes que rendem belas fotos, aproveite para registrar e eternizar o momento.
Ao chegar à queda, a surpresa é inevitável, que visual incrível, uma espetacular queda de 186 metros de altura que merece ser contemplada, a Cachoeira Casca D’anta é uma das mais lindas obras da natureza que eu já vi. A primeira grande queda do “Velho Chico” oferece uma paisagem de tirar o fôlego e só de contemplar a vista já vale a visita.
Mas se quiser mergulhar, terá um desafio ainda maior, ir pulando por entre as grandes pedras até chegar na água, onde há um poço enorme. É preciso ter cuidado ao andar sobre as pedras, elas podem ficar escorregadias.
Como fui em período de seca, o volume de água estava bem abaixo do normal, ainda assim, a Casca D’anta não perde sua beleza. Outro desafio é a temperatura da água, que é muito gelada. Mas vale todo o esforço, essa cachoeira é linda demais.
Não se esqueça do protetor solar, apesar de boa parte da trilha ficar na sombra por conta das árvores, a área ao redor do poço fica exposta ao sol. Passar repelente também é uma ótima ideia.
Piscinas Naturais do Tio Zezico
Pertinho da portaria 4 do Parque Nacional da Serra da Canastra, há um atrativo muito interessante, que pode ser aproveitado inclusive por famílias com crianças, as Piscinas Naturais do Tio Zezico. Repleta de peixinhos e com águas na cor azul turquesa, o lugar é muito agradável e vale a pena conhecer.
Paga-se uma tarifa de R$10 para entrar e praticamente não há trilha para chegar às piscinas naturais, elas ficam bem próximas do estacionamento. Dá pra fazer este passeio no mesmo dia em que for conhecer a Parte Baixa da Casca D’anta. O local também oferece área de camping e a proprietária ainda produz queijo canastra.
Almoço no Restaurante Paredão
No retorno à Vargem Bonita, parei para almoçar no Restaurante Paredão da Canastra, que fica no distrito de São José do Barreiro. O almoço custa R$40 e dá pra comer à vontade diversas opções da culinária mineira, servidas em um fogão à lenha. O restaurante fica na primeira rua à direita da avenida de entrada da cidade, bem fácil de encontrar.
Além da Cachoeira Casca D’anta, temos outros conteúdos aqui no blog, como a Cachoeira da Chinela, dicas de onde comer em Vargem Bonita e um roteiro para um final de semana. Não deixe de assistir ao vídeo abaixo mostrando a minha experiência pela cidade.
Viagem realizada em setembro de 2024
Cachoeira Casca D’anta
Parque Nacional da Serra da Canastra
São Roque de Minas – MG
(37) 99872-8238