Roteiro em Ouro Preto-MG: o que fazer em até 5 dias

Ouro Preto é uma das cidades mais incríveis de Minas Gerais, a cidade é rica em cultura e principalmente em história, com um completo e conservado centro histórico. Se você está em busca de um roteiro em Ouro Preto você está no lugar certo, a cidade possui inúmeras atrações e de acordo com a quantidade de dias que você terá, precisará organizar um roteiro para otimizar seu tempo.

Eu já visitei a cidade por várias vezes, desde a minha adolescência, quando foi a minha primeira vez por lá ainda com o colégio, até os dias de hoje, que é quando visitei a cidade com um olhar mais apurado. E nem assim eu consegui conhecer tudo o que a cidade oferece, pra você ter uma ideia, só igrejas são vinte! Quer saber tudo sobre a cidade? Confira agora o nosso roteiro em Ouro Preto.

O que fazer em Ouro Preto

A antiga Vila Rica (hoje Ouro Preto) foi fundada em 1711 e possui diversas construções em arquitetura colonial portuguesa, abrigando um dos acervos coloniais mais bem conservados do Brasil. A cidade foi a primeira a ser considerada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e possui uma infinidade de atrações.

Subir e descer ladeira, bater perna por suas ruas estreitas e visitar as belíssimas construções históricas serão as principais atividades de seu roteiro em Ouro Preto. Andar pelas ruas da cidade é como viajar no tempo, aprendendo mais sobre como era a vida por ali no século XVIII.

Roteiro em Ouro Preto

1º dia – Roteiro a pé

Para iniciar o seu roteiro em Ouro Preto, comece pela Praça Tiradentes, um dos principais cartões postais da cidade, ponto de encontro de moradores e turistas. A praça recebe este nome pelo fato da cabeça do inconfidente ter sido exposta ali e é tomada como ponto de referência pois fica no coração do Centro Histórico. Rodeada lojinhas e restaurantes, a praça está sempre movimentada e fica repleta de gringos.

Aproveite que o Museu da Inconfidência fica por ali e já comece o seu dia visitando-o. Instalado na antiga Casa de Câmara e Cadeia, o museu é um dos mais interessantes de Ouro Preto e merece uma visita. Criado em 1938 com peças recolhidas na região, o acervo do museu conta com obras de Ataíde e Aleijadinho e preserva a memória da Inconfidência Mineira. O ingresso custa R$10 e o museu abre suas portas às 10h, funcionando até as 18h (Ter. à Dom.). Não é permitido fotografar o interior do museu.

Coladinho ao Museu da Inconfidência está a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída entre os anos de 1766 e 1772. A igreja é uma construção no estilo rococó, com painéis de azulejos portuguesas em sua capela-mor, não é tão rica em ouro mas possui obras de Aleijadinho. Atualmente é permitido tirar fotos no interior da igreja, sem flash (antes não era permitido). A visita custa R$3. (Seg. à Sab. 8h30 às 11h30 e 13h às 17h | Dom. 10h às 15h)

O Museu do Oratório fica ao lado da Igreja do Carmo, instalado em um casarão histórico. O acervo conta com 162 oratórios e 300 imagens sacras genuinamente brasileiras,  doados ao IPHAN pela colecionadora Ângela Gutierrez. A visita ao museu custa R$5. (Qua. à Seg. 9h30 às 17h30).

Após a visita ao Museu do Oratório, a fome deve apertar e o mais recomendando é voltar à Praça Tiradentes para almoçar em um dos diversos restaurantes por ali. Quem quiser uma opção barata, o Restaurante Tiradentes fica no Largo do Coimbra, à esquerda do Museu da Inconfidência, onde paga-se um valor acessível para comer à vontade.

Uma opção um pouco menos popular é o Restaurante Casa do Ouvidor, com ambiente acolhedor e pratos que custam em média R$100 para duas pessoas. Para a sobremesa, a Sorveteria Frutos de Goiás possui sorvetes deliciosos, com sabores bem exóticos como Mangaba, Araticum, Graviola, Cupuaçu, Murici, Cajá e Pequi, além dos sabores tradicionais.

Após o almoço, vá até o Museu de Ciência e Técnica, antiga sede do Palácio dos Governadores, localizado na Praça Tiradentes no sentido oposto ao Museu da Inconfidência. Também conhecido como Museu de Mineralogia, possui acervo com mais de 30 mil peças vindas de várias partes do mundo. Caso não queira visitar o museu, a vista da sacada para a praça Tiradentes é muito bonita e vale um registro. Necessário agendamento. (Ter. à Dom. 12h às 17h)

Da sacada do Museu, você vai avistar a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia, singela, construída em 1772, porém nunca a encontrei aberta. Ela também é conhecida como Mercês de Cima, já que há a Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões em outro ponto da cidade. Por estar sempre fechada e situada em uma subida, nem vale muito a pena ir lá perto.

Se ainda sobrar perna, vá conhecer o Museu Casa dos Contos, outro interessante museu instalado em um casarão construído entre 1782 e 1787, que foi sede da “Casa de Contratos”, que recolhia os impostos. O casarão serviu para diversos fins, inclusive de cárcere para os inconfidentes. Atualmente abriga a Sede do Museu da Moeda, além de ser o Centro de Estudos do Ciclo do Ouro.

O museu é um dos mais completos de Ouro Preto e é possível visitar uma senzala em seu interior. Apesar de estar perto da última atração citada neste roteiro em Ouro Preto, é necessário descer uma ladeira íngreme para alcançá-lo, o que desanima algumas pessoas. A visita é gratuita. (Ter. à Sab. 10h às 16h45 | Dom e Feriados 10h às 14h45)

2º dia – Roteiro a pé

Comece o segundo dia do seu roteiro em Ouro Preto visitando a Igreja de São Francisco de Assis, uma das mais importantes de Ouro Preto. A igreja é outro exemplar do estilo rococó, construída em 1766, com arquitetura e esculturas de Aleijadinho e pinturas de Ataíde.

Rica em detalhes por dentro e por fora, o interior abriga uma linda imagem de Nossa Senhora da Conceição. O teto desta igreja, que possui pintura de Ataíde, é considerado o segundo mais lindo do mundo. A entrada custa R$10 e o ingresso também é válido para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição. (Ter. à Dom. 8h30 às 12h e 13h30 às 17h)

Em frente à igreja, está a Feira de Pedra e Sabão, que como o próprio nome diz, vende peças feita com estes materiais, é uma verdadeira perdição para quem gosta de compras, mas é melhor partir para a próxima atração e voltar nesta feirinha depois, para fazer suas comprinhas.

A Casa de Tomás Antônio Gonzaga fica de frente para a feirinha, é atual sede da Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e Comércio e vale a pena conhecer. Com entrada gratuita, o casarão do século XVII possui sacadas que oferecem uma bonita vista para a Igreja São Francisco de Assis e a Feirinha, além de um belo jardim nos fundos.

Em seguida você pode bater perna e fazer compras na Feira de Pedra e Sabão, até a fome apertar. Para o almoço, você pode optar pelos restaurantes ao redor da Praça Tiradentes ou almoçar no Restaurante Bené da Flauta, com o tradicional Feijão Tropeiro custando cerca de R$70 para duas pessoas.

Após o almoço, você terá duas opções: descer a ladeira da Rua Bernardo Vasconcellos para alcançar a Igreja de Nossa Senhora da Conceição ou descer uma outra ladeira, a da Rua Conde de Bobadela que leva até a Igreja de Nossa Senhora do Pilar.

Caso opte pela primeira opção, você irá visitar a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, construída entre 1727 e 1746 e projetada pelo pai de Aleijadinho. A igreja é um marco do nascimento de Vila Rica, sendo outra das mais importantes a se visitar neste roteiro em Ouro Preto. Por ali também está o Museu de Aleijadinho, localizado nos fundos da igreja. (Atualmente a igreja está em restauração, horários de visita não disponíveis).

Mais alguns metros de caminhada e chega-se à Mina do Chico Rei, que possui mais de 80 quilômetros quadrados de extensão, porém apenas 300 metros são iluminados e abertos à visitação. É uma visita interessante, já que é possível ver de perto como era a vida dos escravos, que ficavam dentro da mina o dia inteiro.

Porém, se você tiver optado pela segunda opção, você conhecerá a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, nada menos que a igreja mais rica em ouro de Ouro Preto e a segunda mais rica em ouro do Brasil. A visita a esta igreja, ao meu ver, não pode ficar de fora do seu roteiro em Ouro Preto de jeito nenhum. A parte ruim é a localização dela, que fica longe de outros atrativos, dificultando a sua inclusão nos roteiros.

A igreja foi inaugurada em 1733 e toda a sua pintura interna é folheada a ouro. Foi elevada a Basílica Menor em 2012 e em seu subsolo está o Museu de Arte Sacra de Ouro Preto, que reúne documentos, imagens e algumas vestimentas usadas na celebração do Santíssimo Sacramento. O interior desta igreja encanta à todos os visitantes, pela beleza e claro, pela quantidade de ouro. Felizmente estão permitindo tirar fotos sem flash em seu interior. A visita custa R$10. (Ter. à Sex e Dom. 9h às 10h45 e 12h às 16h45 | Sáb. 9h às 16h45)

3º dia – Passeio de Maria Fumaça / Pico do Itacolomi

Caso esteja com crianças, poderá curtir o passeio de Maria Fumaça, que leva até Mariana. Há opção de vagões convencionais e vagões panorâmicos, este último oferece uma vista mais ampla. O passeio tem duração de 1 hora, com saída de Ouro Preto às 10h e chegada à Mariana às 11h. Quem compra ida e volta retorna de Mariana às 13h, chegando à Ouro Preto às 14h.

Caso não esteja com crianças, o passeio de Maria Fumaça não será tão interessante. Uma opção seria alcançar o topo do Pico do Itacolomi, à 1700 metros de altitude. O trajeto possui sete quilômetros de extensão e nível de dificuldade médio, por conta de algumas subidas íngremes que totalizam 14 quilômetros de percurso (ida + volta). Este blogueiro já alcançou o topo do Pico do Itacolomi e eu conto tudo aqui neste post.

4º dia – Mariana

Mariana fica pertinho de Ouro Preto e possui um Centro Histórico muito bonito e pequeno, fácil de ser visitado. Caso decida conhecer Mariana, antes mesmo de chegar à cidade, poderá conhecer a Mina de Ouro da Passagem, a maior mina de ouro aberta à visitação pública do mundo, fundada em 1719 e desativada em 1985. O passeio é muito interessante e os turistas descem até as galerias subterrâneas em um trolley. A visita custa R$88 por pessoa, mas você não vai sair de lá com uma pepita de ouro, apesar do preço caro. (Todos os dias de 9h às 17h)

Após visitar a mina, vá conhecer o pequeno Centro Histórico de Mariana, que está conservado e dá para ser conhecido com apenas metade de um dia. O principal ponto de interesse é a Praça Minas Gerais, onde as igrejas de São Francisco de Assis e Nossa Senhora do Carmo estão lado à lado, em um dos locais mais fotogênicos de Minas Gerais.

5º dia – Lavras Novas

Lavras Novas é um dos dezoito distritos de Ouro Preto, um lugar que está cada vez mais presente no roteiro dos turistas que visitam Minas Gerais. O distrito é pequeno, charmoso e ótimo para renovar as energias, já que está encravado no alto da Serra do Trovão, a 1300 metros de altitude. Recheado de bons restaurantes, quem visita o distrito curte também algumas atrações de ecoturismo, como passeio de quadriciclo e trilhas, que levam à lindas cachoeiras. A Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres também merece uma visita.

Já visitei o distrito por duas vezes e me hospedei em duas pousadas que são um verdadeiro convite ao descanso, a Pousada Villa Verde (review aqui) e a Pousada Província (review aqui). O ideal é pernoitar no distrito, para jantar nos ótimos restaurantes de Lavras Novas, mas caso prefira, poderá passar o dia por lá e retornar à Ouro Preto.

Para os dois últimos dias sugeridos neste post, será interessante estar de carro para conseguir aproveitar melhor cada um dos lugares. Caso não esteja em carro próprio, poderá alugar um em Ouro Preto, já que há uma grande oferta de aluguel de carros na cidade. Aqui você pesquisa as melhores ofertas em hotéis de Ouro Preto.

Viagem realizada em abril de 2019